FRAGMENTOS DE GENEALOGIAS

Por José Aluísio Botelho

Diante da falta quase completa de documentos primários, reunimos indivíduos que viveram nos tempos do arraial e da vila, e que carregavam os sobrenomes transmitidos a descendência, abaixo assinalados:

OS LOPES DE OLIVEIRA

Nos tempos de arraial

Inicia-se a família Lopes de Oliveira, com a presença de Manoel Lopes de Oliveira, já miscigenada, com a união de Manoel Lopes de Oliveira com Catarina, negra mina; o casal teve um filho nascido nas Minas do Paracatu, que descobrimos:

Antônio Lopes de Oliveira, que com Marcelina Ribeira, filha de Francisco Vaz Salgado, natural do Porto, Portugal e de Maria Ribeira, negra mina, continuaram o processo de caldeamento da família com o nascimento de seus filhos;

Descobrimos dois filhos nos assentos de batismos do arraial:

1 Tereza, nascida em 18/6/1774 e batizada aos 26 do dito mês e ano; Tereza Lopes de Oliveira, casada ca. 1787 com Custódio Pinto Brandão, com registro de provisão de casamento no Cartório Eclesiástico em 19/5/1787. (Ver "Os Luiz Brandão", neste blog).

Batismo Tereza

Filha descoberta:

1.1 Vitória, nascida em 17/11/1812;

2 Agostinha, nascida em 1776, batizada aos 23/4/1776 na matriz de Santo Antônio da Manga;

Batismo Agostinha

Nos tempos da vila

Nota: mesmo com a falta de comprovação documental, cremos que todos sejam descendentes do casal tronco.

1 Capitão Antônio Lopes de Oliveira, homem da governança da vila, exerceu os cargos de procurador, vereador e presidente da Câmara; foi casado com Felicitas Gurgel do Amaral; filhos:

1.1 Maria, nascida em 25/10/1813 e batizada em 5/12 do dito ano;

1.2 Felicitas, nascida em 11/11/1814 e batizada em 22/11 do mesmo ano;  foi casada com Daniel Joaquim de Oliveira, com descendência;

Batismo de Felicitas

1.3 Antônio, nascido em 3/7/1816 e batizado em 4/8 do dito ano; Antônio Jacinto Lopes de Oliveira. Casou em 27/5/1850 na vila de Patrocínio, Minas Gerais, com Maria Carolina de Jesus (Mundim), filha de Francisco Martins Mundim e de Maria Custódia de tal;
1.4 Rita Emília ou Emídia Lopes de Oliveira; casou duas vezes: 1.ª vez com Miguel Leite de Faria Júnior, filho de outro do mesmo nome; 2.ª vez com Felisberto Batista Leite, também viúvo, aos 5/2/1837; moradores em Estrela do Sul em 1856;

2 Francisco Lopes de Oliveira, com 56 anos em 1847; casado com Ana Teixeira Chaves; filha descoberta:

2.1 Cândida, nascida em 23/8/1817;

3 João Lopes de Oliveira, casado com Maria Rosa Albuquerque;

4 Felícia Lopes de Oliveira, solteira, teve:

4.1 Teresa, nascida em 9/2/1816;

5 José Lopes de Oliveira, casado com Rosa da Silva; filho encontrado:

5.1 José Lopes de Oliveira, 1814 – 1880;

6 Outro João Lopes de Oliveira, casado com Maria Rodrigues Fraga; filho descoberto:

6.1 Antônio, nascido em 7/9/1815 e batizado aos 3/10 do dito ano na matriz da vila;
7 Manoel Lopes de Oliveira, nascido em 1806; foi casado e teve como profissão, a de Ourives;

8 Na dúvida, Joaquim Lopes de Oliveira, casado com Lourença Martins dos Reis; filho:

8.1 Felipa, 2/5/1816.

Nota: a dúvida seria ser ele, uma criança de nome Joaquim, batizado em 1776, filho de Felizarda, escrava de Antônio Lopes de Oliveira.

OS RODRIGUES DE OLIVEIRA

Nos tempos de arraial

Viveram nas minas Maria Rodrigues de Oliveira, natural da vila de Curvelo, filha legítima de Luiz Rodrigues de Oliveira, natural da ilha de São Miguel e de Francisca Pinto Fernandes, natural da vila de Santa Luzia, termo de Sabará, e seu marido Tomé da Costa e Silva, natural da freguesia de Santo Antônio de Recife, filho de Manoel da Costa Silva e de Josefa Maria Correia, também naturais da mesma freguesia.

Filho descoberto:

1 Antônio, nascido em 16/7/1775 e batizado a 23/11/1775;

Batismo de Antônio

 Antônio Rodrigues de Oliveira casado com Ana Rodrigues de Araújo, pais de pelo menos:

2 Luzia Rodrigues de Oliveira, nascida por volta de 1770, pouco menos. Casada em 1785 com Alexandre José dos Reis Calçado, com descendência em outra página – Reis Calçado, uma família judia.

E, ainda: Bonifácio Rodrigues de Oliveira casado com Maria da Conceição, sem mais notícias.

Nota: não descobrimos o grau de parentesco entre eles.

Nos tempos de vila

Na primeira e segundas décadas do século dezenove, encontramos com o sobrenome, os abaixo nomeados que cremos serem descendentes dos casais troncos acima:

1 Antônio Rodrigues de Oliveira, falecido por volta de 1840, quando foi aberto seu inventário; casado com Antônia Senhorinha Gomes Barbosa; filhos descobertos:

1.1 Carlos, nascido em 11/8/1813;

1.2 Ana, nascida em 12/9/1814 e batizada aos 8/10/1814;

2 Antônio Rodrigues de Oliveira, casado em 1805 com Maria de Feitas;
1.3 Lizardo, já falecido no inventário do pai;
1.4 Flávia, com 10 anos em 1840;
1.5 Maria.

3 Luiz Rodrigues de Oliveira, falecido em 1840; foi casado com Ana Alexandrina de Melo Franco; filhos descobertos:

3.1 Luiz Rodrigues de Oliveira Júnior III, casado com Adelaide da Costa Pinto (descendência nos “Costa Pinto”);

3.2 Carolina Rodrigues de Oliveira, casada com Ernest Godlip Valentim Wagenzink, alemão;

3.3 Maria Rodrigues de Oliveira casada com o inglês John Matheus Buckley;

3.4 Francisca Rodrigues de Oliveira casada com Manoel Carneiro de Mendonça Franco Sobrinho;

3.5 Alexandre Rodrigues de Oliveira, nascido em 1838;

4 Caetana Rodrigues de Oliveira, casada com João Coelho Guimarães; filho descoberto:

4.1 Clemente, nascido em 17/11/1814;

5 Jerônimo Rodrigues de Oliveira, nascido em 1792, lavrador;

6 Marcelina Rodrigues de Oliveira;

7 João Rodrigues de Oliveira, nascido em 1787 (em 1847 declara ter 60 anos); casado com Joana Soares; filho descoberto:

7.1 Valentim, nascido em 4/5/1816;

8 Ana Maria Rodrigues de Oliveira, casada com o ajudante Antônio Soares Mascarenhas;

9 Rosa Rodrigues de Oliveira, casada com José Antônio da Silva Canedo;

10 Tomásia Rodrigues de Oliveira;

11 Fortunato Rodrigues de Oliveira, casado em 1805 com Tomásia Simões;
12 Januário Rodrigues de Oliveira, falecido em 2/12/1883 aos 70 anos; foi casado com Justiniana Lourença Ferreira.

OS CARVALHO LIMA

Nos tempos de arraial

Doutor Francisco José de Carvalho Lima, nascido em 1725 (ele declara ter 56 anos em 1781), filho do capitão Jerônimo de Sousa Carvalho e mãe cujo nome se ignora, natural da freguesia de Nossa Senhora da Conceição da Praia, Salvador, Bahia. Um dos muitos bacharéis que vieram para estas minas, formado em leis pela Universidade de Coimbra em 1748. Viveu da advocacia no arraial de São Luiz e Santana das Minas do Paracatu, e foi proprietário da próspera e moderna (à época) fazenda e engenho Santa Bárbara, situada na ribeira do Rio Claro. Foi casado com Maria Dourado de Albuquerque, deixando descendência (conjectura, porque não encontramos filhos documentados do casal).

Imagens ilustrativas

Maria Dourada

Nos tempos de vila

Portavam o sobrenome:

1 Sabino José de Carvalho Lima, casado com Rita Rodrigues Fraga;

2 Vitorina de Carvalho Lima, casada com Floriano Rangel de Bulhões; filhos descobertos:

2.1 Clara, nascida em 16/11/1813 e batizada a 5 do dito mês e ano na Ribeira do São Pedro;

2.2 Ana, nascida em 20/8/1816 e batizada em 20/12/1816, na ribeira do São Pedro;

3 Maria das Neves de Carvalho Lima;

4 Maximiano José de Carvalho Lima;

5 Clara de Carvalho Lima, casada com Francisco Rodrigues Cordeiro; filho descoberto:

5.1 Pedro, nascido em 12/5/1805 e batizado aos 20 do dito mês e ano;

6 Rita de Carvalho Lima, preta forra.

Nota: viveu na companhia do Dr. Francisco José de Carvalho Lima, Izabel Maria de Sousa, sua irmã natural, filha do capitão Jerônimo de Sousa Carvalho, natural e batizada na freguesia de São Tiago do Iguape, Bahia. Em 1781 aos trinta anos, pouco mais ou menos, ela casa nas minas com Baltazar Caetano Lopes, com descendência ignorada.

OS FERREIRA DE ALMEIDA/GUEDES DA SILVA PORTO

Nos tempos de arraial e vila

1 Capitão Jerônimo Ferreira de Almeida (descendente do sesmeiro de 1747 Manoel Ferreira de Almeida), casado com Maria Geraldina da Silva Porto, nascidos no último quartel do século dezoito, filha ou parente próxima do padre *José Guedes da Silva Porto.
(*José Guedes da Silva Porto era natural da freguesia da Sé da cidade do Porto, Portugal, onde nasceu em 29/10/1748, filho legítimo de José Guedes e de Maria da Silva; homem atuante tanto nos tempos do arraial, como na vila: foi escrivão eclesiástico, escrivão da Câmara de Vereadores; ordenou-se padre na velhice. Em 1824 ainda vivia em Paracatu).

Filhos descobertos de Jerônimo e Maria Geraldina, nascidos nos tempos da vila:

de Jerônimo e Maria Geraldina:

1.1 Ana Ferreira de Almeida, nascida em 20/12/1813 e batizada em 14/1/1814;

1.2 Jerônimo Ferreira de Almeida Júnior; nascido em 20/7/1817 e batizado em 29/8/1817;

2 Manoel Ferreira de Almeida;

3 Maria Ferreira de Almeida;
4 Maria Madalena Ferreira de Almeida; foi casada em 1834 com Rafael Leite de Faria, sem descendentes;

Maria Madalena teve um filho natural antes do casamento: Francisco Honório de Almeida Tivi, nascido em 1830; foi vereador em Paracatu; não deixou descendentes;
5 Joana Ferreira de Almeida, falecida em 13/1/1834; foi casada com Antônio Carlos Leite de Faria, falecido em 1841; filho:
5.1 Jerônimo de Faria leite, nascido por volta de 1830; foi casado com Júlia Carneiro de Mendonça; homem de governança, foi vereador em Paracatu entre os anos de 1880 e 1889;

OS ALVES DE MAGALHÃES

Nos tempos de arraial

O Sargento-mor Francisco Alves de Magalhães, cuja naturalidade e nacionalidade se ignora, veio para as Minas no seu primórdio, e já era falecido em 1769. Minerou com seus sócios e filhos no Morro da Cruza das Almas, pela encosta rumo ao São Pedro e ao São Domingos, onde foram moradores.

Filhos descobertos:

1 José Alves de Magalhães, casado com Inácia Vieira de Melo; filha descoberta:

1.1 Izabel, batizada em 23/1/1777;

2 Antônio Alves de Magalhães;

3 Joaquim Alves de Magalhães;

4 Serafim Alves de Magalhães;

5 Doroteia Alves de Magalhães;

6 Maria Alves de Magalhães, com descendência em Buritis, MG; em 1839, ela comparece ao censo de Buritis, e declara ser viúva, parda, fazendeira, com 82 anos;

7 Na dúvida, Potenciana Antônia de Magalhães, casada com Antônio Lourenço Mundim.

Imagem ilustrativa

Nos tempos de vila

1 Joaquina Alves de Magalhães; filho natural:

1.1 Francisco, nascido em 12/10/1813 e batizado em 1/11 do dito ano, na matriz da vila;

2 Rosa Alves de Magalhães; filha natural:

2.1 Luíza, nascida em 12/12/1816 e batizada em 20/12/1816 na capela da ribeira do São Pedro.

3 Patrício Alves de Magalhães, morador na freguesia de Buritis.

OS OLIVEIRA MELO

Nos tempos do arraial

Família iniciada com o capitão mor Frederico de Oliveira e Melo, natural da capitania de São Paulo, freguesia ignorada,, casado nas minas com Teodósia Dias, natural da vila Risonha de São Romão, capitania de Minas Gerais; filhos:
1 Rosa Maria de Oliveira e Melo. Foi casada com Inácio da Cunha Caldeira, natural da ilha da Madeira; filhos descobertos, nascidos nas minas:
1.1 José da Cunha Caldeira, batizado em 24/4/1757, na matriz da Manga;

Batismo de José

1.2 Antônia Maria da Cunha Caldeira, casada com Joaquim José Pereira, natural da vila de Santos, SP. Filha descoberta:
1.2.1 Florência, nascida em 03/7/1780;
1.3 Ana Maria da Cunha Caldeira, casada com Francisco de Freitas, nascido nas Minas do Paracatu; filhos descobertos:
1.3.1 Bento, nascido em 20/4/1776;
1.3.2 José, nascido em 21/9/1777;
1.4 Marta, batizada em 11/5/1772.

2 João de Oliveira Melo, casado com Maria de Barros, ambos nascidos nas Minas do Paracatu, ela filha de Sebastião Cardim e de Ana Maria, parda forra; filha descoberta:
2.1 Teodósia de Oliveira e Melo, batizada em 1/1/1766. Casada em 1778 com João Martins da Silva, sem mais notícias.

Batismo de Teodósia

  Nos tempos da vila

1 José de Oliveira e Melo;
2 Manoel de Oliveira e Melo, casado com Francisca Josefa de Freitas; filho descoberto:
2.1 Matias, nascido em 23/2/1814 e batizado em 15/4/1814.

Fontes:

1 Livros paroquiais (fragmentos ou incompletos) da matriz de Santo Antônio de Paracatu, sob a guarda do Arquivo Público Municipal;

2 Livro da Guardamoria de 1769, Biblioteca Nacional do Brasil;

3 Documentos referentes a proclamas de casamento, 1782;

4 Archeevo, Universidade de Coimbra.