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Mostrando postagens de 2010

LUDOVINA CLARA DOS SANTOS

Por José Aluísio Botelho No último quartel do século dezoito, nasceu no Arraial de São Luiz e Santana das Minas do Paracatu, Ludovina Clara dos Santos, filha de pais ignorados, provavelmente gente do povo, de origem humilde. Em 1803, tem um filho natural, Teodósio Manuel Soares de Souza. O pai do menino, Antônio Carlos Soares de Souza, era filho do último Guarda - mor das Minas do Paracatu, o português Francisco Manuel Soares de Souza Viana e de Romana Francisca de Moura Portela, família das principais do lugar. Dentre seus irmãos, José Antonio Soares de Souza, nascido em Paracatu em1780, tornou-se médico pela Universidade de Paris em 1809, e foi o pai do Visconde do Uruguai, Paulino José Soares de Souza; outro irmão, Bernardo Belizário Soares de Souza, nascido em 1799, foi advogado e desembargador do paço imperial, deputado provincial pelo Rio de Janeiro. Foi o pai do Conselheiro do Império Francisco Belizário Soares de Souza. Portanto, o menino Teodósio, embora sem a presença da mãe,

OS MELO FRANCO

Por José Aluísio Botelho Família de origem portuguesa, cujo fundador no Brasil, João de Melo Franco, que veio para o Brasil aos 30 anos de idade, partindo de Lisboa, onde aprendeu o ofício de Fundidor de cobre, rumo ao Rio de Janeiro; em 1755 já estava no arraial de São Luiz e Santana das Minas do Paracatu. Era natural da freguesia de Nossa Senhora da Purificação, lugar de Bucelas, patriarcado de Lisboa, filho legítimo de José da Costa Franco e de sua mulher Paula Maria de Oliveira. Nasceu a 7 de outubro de 1721, e faleceu em Paracatu em 1796. Casou aí, com Ana de Oliveira Caldeira, natural de Cotia, São Paulo, onde nasceu a 5 de abril de 1739, filha legítima de Antonio de Oliveira Caldeira, nascido a 24 de setembro de 1708 em Santos e de Josefa Nunes da Costa, nascida a 26 de fevereiro de 1722 em Cotia.  Curiosidade: segundo Afonso Arinos de Melo Franco, João de Melo Franco ditou seu testamento ao seu escravo Serafim de Melo Franco, que o redigiu. Abaixo o assento de batism

ANA DE OLIVEIRA CALDEIRA – GENEARCA DOS MELO FRANCO

Por José Aluísio Botelho Ana de Oliveira Caldeira foi mulher do português João de Melo Franco, casal tronco de ilustre família brasileira iniciada em Paracatu, Minas Gerais, em meados do século XVIII. Ainda hoje persistem as dúvidas e controvérsias sobre sua origem familiar. Neste artigo vamos tentar elucidar sua genealogia de maneira sucinta, deixando para os interessados o aprofundamento das pesquisas acerca do assunto. Com o surgimento de novos documentos, as principais controvérsias na genealogia de Ana de Oliveira Caldeira foram dirimidas; no entanto, surgem informações que levam a uma possível origem indiana e miscigenada do avô paterno Manoel da Cruz Caldeira. Para saber mais, clique  na imagem abaixo para adquirir o livro na Amazon.com Clique aqui para visualizar uma prévia do livro.

PEDRO SALAZAR MOSCOSO DA VEIGA PESSOA

Por José Aluísio Botelho PERFIL DO HOMEM E DE SUA OBRA Fazia já vinte anos que o poeta Pedro Salazar Moscoso da Veiga Pessoa chegara a Paracatu: "Longe da pátria e de seu lar querido, Por lei da sorte o meu viver passei;         Prendido a um laço só de amor nascido, Longe da pátria, outra pátria amei. E nesta terra de brilhante história, Onde eu lutei pela vida honrada; Vibrei modesto minha lira inglória,               Cantei meus sonhos junto à esposa amada." O Poeta ali aportou em 1887,com vinte e três anos de idade, como Juiz municipal e de órfãos, e a 07 de maio de 1907, com quarenta e três anos, deixou a velha terra do ouro. Lutando pela vida honrada (como ele próprio disse),pôs sua inteligência privilegiada, e sua cultura invulgar, ao serviço da "terra de brilhante história." Professor por vocação, humilde, fervoroso, encontrou o egrégio mestre franco apoio no seio generoso da sociedade. Ele jamais aspirou à glória. Na velha Escola Normal, era o m

ESTUDANTES DE PARACATU NO COLÉGIO DO CARAÇA - SÉCULO XIX

Por José Aluísio Botelho O Educandário do Caraça foi criado em 1820, localizado no hoje município de Catas Altas, Minas Gerais. Após a Independência do Brasil, tornou-se um Colégio Imperial, administrado pelos padres Lazaristas, famoso pela sua excelência acadêmica, teve ao longo de sua existência mais de dez mil alunos, oriundos de todas as regiões do Brasil, notadamente de Minas Gerais. Era um colégio de formação secundária que recebia alunos entre dez e doze anos de idade, em regime de internato. O curso tinha a duração média de sete anos, preparando seus alunos para ingresso nos cursos superiores existentes no Brasil à época. Por lá passaram alunos que se tornaram notáveis em suas áreas do saber como médicos, engenheiros e advogados. Na política, lá estudaram nada menos que três Presidentes da República – Afonso Pena, Arthur Bernardes e Delfim Moreira. Nesse universo de mais de dez mil alunos, o número de estudantes de Paracatu no Colégio de Caraça, foi irrisório, se compararmos

A ESCOLA NORMAL DE PARACATU E SEUS VELHOS MESTRES

  Por José Aluísio Botelho Em 1910, Olímpio Gonzaga escrevia: rara é a pessoa em Paracatu que não sabe assinar o nome. O gosto do paracatuense pela educação decorre talvez, da tradição criada em Paracatu desde os tempos de Arraial lá pelo século XVIII, de ter boas escolas, amparadas pelos padres latinistas que lá viveram. Em 1º de junho de 1880, foi criada a Escola Normal de Paracatu, bem como o Externato em anexo, que ensinava Agrimensura. Esse educandário, que funcionou no casarão que fora residência do benemérito paracatuense Dr. Joaquim Pedro de Melo, na tradicional Rua de Goiás, teve duração efêmera, em se tratando de escola pública, pois foi abolido em 1906, tendo o Governo Mineiro da época alegado falta de recursos (sic), argumento sempre usado pelos nossos governantes quando se trata de educação. Mas, nem por isso deixou de apresentar mestres profícuos e de notório saber, que listamos abaixo. Desses mestres seguramente muito de seus descendentes, também contribuíram e contrib